O coordenador-geral de Logística do Concurso Nacional Unificado (CNU), Alexandre Retamal, concedeu entrevista exclusiva ao Metrópoles na semana passada.
Apelidado de “Enem dos Concursos”, o CNU inicialmente seria aplicado em 5 de maio, mas, dois dias antes da aplicação, o governo decidiu adiar a aplicação em razão dos prejuízos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que prejudicaram milhares de candidatos. Agora, a nova data de realização é 18 de agosto, daqui a menos de três semanas.
Veja a entrevista completa:
Metrópoles: Olá, o Metrópoles entrevista hoje e tira algumas questionamentos com o coordenador geral de logística do Concurso Nacional Unificado, com o apelido de Enem dos Concursos. Alexandre Retamal. Coordenador. Seja bem vindo!
Alexandre Retamal: Boa tarde! Boa tarde a todos aí do Metrópoles. Ouvintes, telespectadores. Boa tarde a todos.
Metrópoles: Coordenador, a gente sabe que teve esse adiamento aí de quase três meses em função das enchentes do Rio Grande do Sul. A prova, que seria realizada no mês de maio 5 de maio, passou agora para 18 de agosto. Qual a expectativa que vocês estão com relação a essa nova data? Quando que as provas vão começar a chegar nos estados a serem distribuídas? Como é que está aí todo esse processo?
Alexandre Retamal: Bom, a primeira expectativa é que agora a gente consiga aplicar. Nós estamos trabalhando muito para conseguir aplicar a prova em todo Brasil. Inclusive, fizemos um trabalho muito perto do governo do Sul, à Prefeitura de Porto Alegre. Estivemos lá no estado por duas vezes e eu visitei pessoalmente todas as dez cidades do Rio Grande do Sul, onde a prova vai ocorrer para ter certeza de que o estado está preparado dessa vez para fazer parte da prova junto conosco. Nós temos esse comprometimento do governo, das prefeituras do Rio Grande do Sul de que eles vão fazer parte conosco da prova. Nós tivemos também no Amazonas. Estamos falando com as prefeituras que estão em regiões de seca. Ela do Amazonas, também no Acre. Ontem mesmo eu tive falando com a prefeitura de Cruzeiro do Sul, no Acre, para a gente ter certeza que essas localidades onde estão também agora, neste momento, enfrentando a seca, possam fazer parte da prova, possam receber os que participam.
A gente também está usando a nossa rede de convênios, a rede de contatos do Ministério da Gestão e da Inovação para falar com agentes de prefeituras e trazer a todas as prefeituras do Brasil a necessidade de logística que o concurso exige de uma cidade que a gente chama o concurso populacional Unificado de Enem dos concursos, é claro, porque é o Ministério da Gestão Inovação levou para a aplicação do concurso a experiência do Inep, a experiência do Enem, Mas ele também tem algumas diferenças o Enem ele é mais pulverizado, você aplica de 1.750 cidades para um público que é um pouco maior, mas também é de milhões de pessoas.
E nós vamos ter 2.100.000 pessoas participando do Concurso Público Nacional Unificado. Um número mais reduzido de cidades são 228 cidades. Então, com isso, o que realiza-se é que os municípios vão receber mais de pessoas para a prova. A gente concentrou mais a, vamos dizer, aplicação. Então, com isso, tem cidades que vão receber muitas pessoas para a prova, muitas, milhares de pessoas.
Metrópoles: Mas continuam aquelas 228 cidades mesmo?
Alexandre Retamal: Continuam as mesmas 228 cidades. Mas a gente está avisando para os municípios que elas precisam se preparar. Às vezes elas precisam preparar a rede hoteleira. Às vezes elas precisam preparar os restaurantes, as padarias, porque tem gente que chega para fazer prova, que pretende tomar um café da manhã. Todo mundo vai fazer prova de manhã e de tarde. Então, na hora do almoço, tem que ter local para as pessoas se alimentarem.
A gente está pedindo para as prefeituras também manterem o transporte público funcionando como se fosse um dia normal de semana, desde madrugada, para as pessoas poderem chegar nos locais de prova. E não são só os que participam, tem os fiscais também que atuam. Então tem gente que quatro, 4h30 da manhã já vai estar indo para os locais de prova.
Então, para além da segurança, que é algo que já é feito também através do Inep, com o Enem, a gente está atuando de forma próxima aos municípios para assegurar que a infraestrutura da cidade possa receber o concurso. Então, é um trabalho grande, mas é um trabalho que nos estimula muito para que a gente possa dessa vez fazer o concurso com todo Brasil, que é o que a gente pretende.
Metrópoles: Então, só para esclarecer, mesmo que tenham tido mudanças pontuais de locais de prova ali no Rio Grande do Sul e alguns lugares que lugares que ficaram impossibilitados continuam as mesmas cidades, os candidatos poucos fizeram o pedidos de mudança, de modificação, de local de prova…
Alexandre Retamal: Sim, continuam as mesmas cidades. Houve mudanças de locais de prova. E é importante dizer que não é só no Rio Grande do Sul, não, tá? Por que eu estou enfatizando isso para você? Porque a gente vai divulgar o cartão de confirmação no dia 7 de agosto, tá? E é importante que todos verifiquem o seu novo cartão de confirmação, porque houve mudança de locais de prova em todo o Brasil, até no DF. Você está falando aí através do Metrópoles em Brasília, e houve mudanças de locais de prova em Brasília. Houve mudanças locais de prova em São Paulo, porque, como é uma data três meses e meio depois, a gente precisou reorganizar a aplicação e tinham locais anteriores que neste momento não podem de novo receber a prova. Então, isso precisou ser modificado. Então, todos os candidatos precisam ver seu novo cartão de comprovação no dia 7 de agosto.
Metrópoles: E com relação ao número de candidatos, foi aberto um período para pedido de reembolso. Foram recebidos pouco mais de 31.000 pedidos, Então, o número total de cadastrados no concurso hoje está em quantos?
Alexandre Retamal: 2.103.000 pessoas.
Metrópoles: E isso não vai gerar… Não tem nenhum impacto substancial na concorrência. Aquela questão também que os candidatos sempre ficam de olho, foi um número pequeno, vocês julgam assim?
Alexandre Retamal: Até a gente estava preocupado de que esse número fosse maior. Mas eu acho que… É claro que 31.000 pessoas não são poucas pessoas. Mas esse número está distribuído por todo o Brasil. No Rio Grande do Sul mesmo, que foi um estado muito abatido por tudo que ocorreu lá. Devido a calamidade, 2.000 pessoas desistiram de fazer a prova. Então , a gente julga que o povo continua interessada em fazer parte do concurso, continua se dedicando para fazer parte do concurso e a gente está aqui se dedicando também para que eles possam chegar lá no dia e fazer o seu melhor.
Metrópoles: Coordenador, entrando aqui agora nas questões de segurança, as provas são as mesmas que já tinham começado a ser atribuídas no mês de maio. Tem alguma preocupação com a questão de segurança? Porque a gente sabe que tem uma versão inédita do CNU, ainda não tinha também um banco de questões, mas os candidatos precisam ter alguma preocupação com relação a vazamento? Como que está também essa articulação com os órgãos de segurança, com a própria Abin, a Polícia Federal? Como está sendo esse processo?
Alexandre Retamal: Então, eu quero que os candidatos fiquem tranquilos. Tenho certeza de que não existiu qualquer tipo de violação, vazamento das provas. Esse foi um trabalho que a ministra Esther Dweck me deu a responsabilidade de acompanhar pessoalmente. A gente juntou todas as provas depois que precisamos adiar as provas. No dia 3 de maio, a gente juntou num local seguro. A gente vistoriou todos os 18.557 malotes um a um, para ter certeza que todos permaneciam lacrados. Esse foi um trabalho que eu acompanhei pessoalmente junto com o oficial da Abin e com o pessoal da Fundação Cesgranrio, dos Correios, que estava fazendo um trabalho de conferência. A gente tem certeza de que as provas não vazaram, não foram violadas.
Depois disso, todas essas semanas esse local, além dele estar sendo vigiado 24 horas, sete dias por semana, por câmeras e por agentes de segurança, toda semana nós fazemos fiscalização neste local, com visitas inopinadas, que são visitas que a gente não avisa qual o dia e a hora que a gente está chegando. A gente chega lá sem marcar a hora, sempre com o agente da Abin, um oficial lá acompanhando e com o fiscal do MGI para ter certeza que as provas seguem invioladas.
Então, as provas vão começar a sair de lá no dia 3 de agosto para serem distribuídas para o local de prova e vocês podem ter certeza de que as provas estão seguras. A gente contou com apoio da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Exército, para unir essas provas. A Força Nacional foi determinante também neste apoio a nós, principalmente em uma localidade onde a gente precisou desse apoio, por exemplo, no Rio Grande do Sul.
Então, as secretarias de Segurança Pública dos estados, das cidades também atuando, e a gente conseguiu assegurar que as provas permanecessem seguras e vamos assegurar que as provas vão chegar lá no local de aplicação também, com toda a segurança necessária. A rede de segurança que a gente constituiu funcionou e vai continuar funcionando até o dia da prova. E depois da prova.
Metrópoles: Essa distribuição vai ser feita então, com início do dia 3 de agosto e um pouco mais cedo do que havia sido feito no mês de maio, não?
Alexandre Retamal: Não, não é porque o pessoal estava muito quadrar com a data que a prova. A gente disse no mês de maio, que sai 48 horas antes para ir para os locais de aplicação. Mas é que na verdade a gente está falando aqui daquela distribuição para as centrais dos Correios nos estados. Então, elas têm que sair nesta data para elas irem para as centrais estaduais. Lá elas se mantém vigiadas e da mesma forma que aconteceria no mês de maio e dois dias antes, em alguns locais, por exemplo, no centro do Amazonas, do Pará, elas saem três dias antes. Aí sim, elas vão para os municípios de aplicação e nos municípios de aplicação ficam também nas centrais de correio. E aqui eu quero enfatizar que nesses locais elas ficam com vigilância da e alguns locais da Polícia Federal, em outras da Polícia Rodoviária Federal ou da Força Nacional, ou das polícias locais.
A gente fez como se fosse assim uma distribuição da responsabilidade, dependendo do local e um tipo de força que está atuando lá até dentro da necessidade local de segurança que possa haver. Então, a gente está preservando a segurança desses locais de aplicação nos armazéns, nos municípios. Mas é da mesma forma. No mês de maio também as provas começaram a ser distribuído com toda essa antecedência. Só que as provas só vão para os municípios de aplicação 48 horas antes, no máximo 72 horas antes.
Metrópoles: Elas chegam primeiro nas capitais, né?
Alexandre Retamal: É, elas ficam nos armazéns dos Correios. Todos os armazéns dos correios foram vistoriados também. A Abin vistoriou um por um, fez um relatório de cada um deles, entregou para os Correios para os Correios com antecedência fazerem melhorias na segurança local. Então, todos esses locais também foram vistoriados com antecedência e aí no dia da prova ou na data da aplicação da prova, é o que a gente que percorre a última milha, ela sai do armazém da prova na localidade da própria cidade e vai para o local de aplicação e depois é recolhido também para esse local. Então, a última milha realiza-se na própria data de aplicação, na madrugada antes da prova.
Metrópoles: Com essa logística toda tão grande, tem quem também se preocupe um pouco com a operação-padrão que os servidores da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, estão realizando. Tem algum risco de isso impactar a logística das provas? Tem uma preocupação com isso ou o ministério está tranquilo?
Alexandre Retamal: O ministério está muito tranquilo. Primeiro porque a operação-padrão da Abin, ela é um direito deles. Eles estão trabalhando lá através da motivação deles, mas ela não está impactando o acompanhamento da agência relacionado ao concurso, até porque tem um termo de execução descentralizada. Tem todo o convênio que foi firmado com a Abin, onde o orçamento que está sendo usado para o concurso através da Abin é um orçamento que vem do Ministério da Inovação, isso não é, não é assim, algo inédito também. E da mesma forma realiza-se com a Polícia Rodoviária Federal. Da mesma forma realiza-se com as secretarias de Segurança Pública estaduais. A gente usou os mesmos convênios, por exemplo, que o Inep utiliza para o Enem, para tornar viável os recursos que são necessários para que as escoltas das provas aconteçam nos estados Então, da mesma forma, a gente também está no governo direto com a Abin, que viabiliza esse apoio que a Abin está nos trazendo.
E também, mesmo que a Abin parasse, por exemplo, isso não impacta diretamente o concurso, porque a Abin, ela está trabalhando na área de inteligência do concurso para ser uma inteligência prévia, para assegurar que as estruturas de segurança, as estruturas que são usadas no concurso tenham segurança. A polícia Judiciária é da Polícia Federal. Quem age coibindo toda a parte de possíveis, que a gente espera que não aconteça, mas possíveis crimes, atuações de organizações criminosas é a Polícia Federal.
Então, é uma atuação diferente e que continua. A Polícia Federal está desde o primeiro momento junto com a gente nos dando todo o suporte, da mesma forma que faz no Enem e até de forma ampliada, porque a Polícia Federal, por exemplo, que vai fazer toda a conferência das digitais dos exames grafológicos, que nós vamos colher dos que participam no momento da prova. Então, a Polícia Federal também está junto conosco, do mesma forma que a gente está com a polícia, com a Força Nacional, nos apoiando em vários locais, principalmente no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Metrópoles: Coordenador, uma das novidades mais recentes é a questão do oferecimento aos candidatos de uma folha para eles anotarem as respostas e poderem sair com essa folha depois, tanto no turno da manhã quanto no da tarde. Se eu poderia explicar melhor como que vai funcionar isso? Vai ser uma folha em branco ou vai ser uma folha ali com os itens e o candidato vai marcar qual que foi a sua resposta? Até quando, com início de quando eles vão poder sair com esse documento do local de prova?
Alexandre Retamal: Essa necessidade ela foi destacada pelos candidatos desde o começo, quando a gente informou que não ia autorizar que eles saíssem com o caderno de provas e também que não ia autorizar que eles anotassem no verso de cartão de confirmação. Já é um costume de alguns candidatos. Muitos questionaram quanto ao direito deles e a gente chegou num entendimento, num acordo com a Defensoria Pública da União e com o Ministério Público, de autorizar e que então é o que a gente está chamando esse rascunho do cartão de resposta, tá?
Então, vai ser entregue para cada um no momento da manhã, um rascunho que ele vai usar para anotar suas respostas às questões do momento da manhã. E, da mesma forma, à tarde. Primeira coisa aqui importantíssima é a pessoa que preencher o cartão esse rascunho de manhã, ela não vai poder entrar à tarde com esse rascunho nas mãos. Ela tem que guardar guarda na bolsa, guarda na mochila, guarda na carteira. Ela só vai poder entrar com ela nas mãos, tá? E nem vai poder ficar com ele na mão ou usar ele de qualquer forma durante a aplicação, porque isso vai contra o edital, então pode até ensejar uma eliminação do concurso. Ele só vai poder sair com esse cartão espelho do cartão de resposta lá, meia hora final da aplicação. Então, ele vai ter que esperar essa meia hora final para sair e além disto, eu quero explicar que a gente está fazendo, tomou todas as medidas para assegurar a segurança da prova, para o bem dos candidatos. Eu sei que teve muitos que entenderam, ‘Ah, mas aí eu fico cerceado o meu direito de saber o que eu anotei’. Mas é porque muitas quadrilhas utilizam ou utilizavam aquela metodologia justamente para sair com os cadernos de prova, com as anotações e com o auxílio de ponto eletrônico, ficar assoprando o resultado para as pessoas que estavam lá dentro.
Mas a gente julga também que é importante assegurar o direito dos candidatos. Então, por isso, a gente chegou neste acordo, desse modo que a gente está visualizando, que a gente chegou, a gente acredita muito que a segurança vai estar garantida para todos os candidatos. Então, eles vão receber um cartão, esse rascunho do cartão, que já tem ali um local para anotar o nome dele, diz qual é o momento e tem o número exato de questões que ele vai ter que preencher naquele momento. Então, assim a gente também está trabalhando para que não seja viável as pessoas falsificarem nem esse documento, compreendeu? Então, ele vai receber um documento pronto, onde ele vai poder fazer as suas anotações. Guarda quando voltar para a prova de tarde, não traz na mão e ele pode sair na meia hora final portando esse documento.
Metrópoles: E além dessa novidade, tem alguma outra? A documentação necessária continua a mesma? O candidato precisa apresentar um documento oficial com foto? Tem alguma outra introdução que foi feita agora?
Alexandre Retamal: Não, se preserva tudo como seria na primeira aplicação que não foi viável. Então, agora, nesta nova data que a gente marcou, está tudo mantido. O candidato deve trazer o documento de identidade. Pode ser carteira digital, só que se for carteira digital, quando ele chegar lá com o celular, ele mostra para o fiscal, desliga o celular e guarda dentro do envelope que o fiscal vai fornecer para guardar todos os eletrônicos.
E aí aqui eu aproveito para dizer que as pessoas precisam trazer caneta esferográfica preta transparente. É uma prova longa, Então a gente instrui que a pessoa leve água, leve em garrafa transparente, tá? Hoje em dia está na moda essas garrafas de academia. Eu também gosto. É bonito, mas tem que ser garrafa d’água transparente na hora da prova. Também por ser uma prova longa, eu acho bom que a pessoa leve algum tipo de alimentação. Se trazer, leve em embalagem fechada, dá para impedir qualquer tipo de problema e pode entrar com o equipamento eletrônico. Só que na hora que entrar, desliga tudo, até o relógio, se for relógio eletrônico, e coloca no envelope. Eu destaco isso, que é o seguinte gente, se tocar o celular às vezes é alguém que está te ligando porque não sabe que está fazendo uma prova. Para que a pessoa vai ser eliminada por motivo de uma besteira como essa, compreendeu? Vamos tomar esse cuidado. Quem não precisar trazer equipamento eletrônico, não leva. Se precisar, desliga, toma cuidado. Vocês estão ali fazendo uma prova que é muito importante para a vida das pessoas. Se forem aprovados, é um trabalho que pode ser um trabalho que vocês vão exercer pro resto da vida. Então, desliga e procura cumprir com as orientações dos fiscais.
E além de tudo, assim, eu sempre tenho destacado que uma coisa muito importante para trazer no dia é calma, calma, leve calma, chegue com calma, vão mais cedo, procurem saber com antecedência qual é o seu local de aplicação. Procura saber como é que faz pra chegar lá. Se tiver vindo de outra cidade, se puder dorme na casa de parentes, dorme na casa de amigo, dorme em hotel. Se precisar sair de outra cidade que é próximo, sai com antecedência, chega cedo. Vamos procurar ter calma para fazer a prova, porque o Ministério da Gestão de Inovação se dedicando muito para assegurar a segurança, para assegurar a tranquilidade no dia da prova, e o que a gente pretende é que todos cheguem lá e façam o seu melhor. E para fazer o seu melhor tem que ser com calma.
Metrópoles: Toda essa experiência acumulada, qual a expectativa viva para novas edições? Os candidatos podem esperar. É a segunda edição do Enem desse concurso para 2025, já só para 2026? Será que você poderia adiantar para a gente?
Alexandre Retamal: Bem, o que eu posso adiantar é que a ministra já vem falando cá, ela tem falado que isso tem essa possibilidade de a gente enxerga sim, que porque vai haver novas vagas autorizadas no ano que vem. Mas esse assunto ainda não está decidido definitivamente, até porque não depende só do MGI. Ela recentemente disse que todos esses cortes orçamentários, essas medidas orçamentárias que estão sendo necessárias neste momento não impactam muito nas novas vagas, tanto para chamar os aprovados quanto para outros concursos que possam surgir. Isso está previsto para o orçamento 2025. Contudo, também não depende só de nós, porque depende da adesão dos órgãos também. Então, a gente ainda está trabalhando numa proposta e brevemente, quando o martelo estiver batido e que a ministra tiver certeza de como esse assunto vai ser conduzido, ela vai anunciar.
Metrópoles: Os aprovados, os candidatos que forem aprovados, eles já vão começar ali. Sai a lista final no dia 21 de novembro, segundo o novo cronograma, e o processo de convocação para a posse começa no mês de janeiro do ano que vem. Como está essa questão da recepção desses futuros novos servidores públicos? Tem alguma outra data aí que o senhor poderia também nos passar, que seja relevante?
Alexandre Retamal: O que a gente pode dizer aqui no mês de dezembro já o pessoal que tem que fazer parte de curso de formação, muitos já vão ser chamados, tá, essa é a programação, mas, assim, vão ser chamados, não que eles já vão começar o curso de formação. Até porque isso é uma decisão mais discricionária de cada órgão, de cada curso de formação que vai ser feito. Mas a ideia é que durante do mês de dezembro alguns já sejam chamados para curso de formação, mas a posse dos candidatos mesmo é só em 2025.
Metrópoles: No mês de janeiro todos iniciam a trabalhar?
Alexandre Retamal: Todos eu não posso dizer, porque é conforme eu te falou, depende do órgão, né? Mas, sim, a ideia é que no mês de janeiro as posses já iniciam a ocorrer.
Metrópoles: Tem muitos órgãos que finalizaram também ficando um pouco prejudicados por esse adiamento, porque se esperava que os novos funcionários já pudessem ingressar neste segundo semestre de 2024. Tem aí uma ansiedade também dos órgãos, dos 21 órgãos que estão com vagas abertas para receber, recepcionar esses novos servidores?
Alexandre Retamal: Olha, é claro que existe uma expectativa grande de receber esses novos servidores, até porque a gente está falando de órgãos em alguns casos que estão existe sete anos sem fazer concurso, que precisam muito de pessoas novas lá no lugar, lá no órgão, né? Então, a gente entende que os órgãos estão com essa expectativa de receber e com a necessidade de receber esses novos servidores.
Agora, o que realiza-se é que eu acho que todas as pessoas também entenderam bem que o que motivou a gente a adiar o concurso foi uma coisa muito justa. Como é que a gente ia fazer a prova no mês de maio, diante da situação que o nossos amigos, às vezes familiares, pessoas ou os brasileiros como nós, estavam vivenciando no Rio Grande do Sul? A gente precisou tomar aquela decisão naquele momento. E aí, com isso a gente até se preparou mais. Você vê, a gente produziu agora um modelo de aplicação extraordinária, completamente inovador, que assegura que se uma situação como aquela ocorrer de novo, nós vamos conseguir aplicar a prova. Então, o que eu percebo é que cada dia mais o Ministério da Gestão da Inovação, o governo federal, está preparado para fazer uma prova como essa. Então, eu percebo que, apesar de tudo que ocorreu, todos estão compreendendo bem. Os candidatos vão chegar, os aprovados vão chegar na hora certa.
Metrópoles: Então, a imagem do CNU, do Enem dos Concursos, não foi arranhada e tem aí as portas abertas para próximas edições, né?
Alexandre Retamal: Assim, que a imagem não foi arranhada para para mim, não. Eu entendo que para a sociedade que compreendeu bem a motivação também não. Que nós desejamos que haja novas edições, sim, a ministra já disse disso. A gente só precisa saber se vai ser viável e quando vai ser viável. Mas estamos trabalhando para isso. Cada vez nos preparando mais.
O Enem tem 26 anos agora, eu sou de carreira do Inep, acompanhei de perto tudo o que ocorreu no Enem para o Enem ser o que é hoje. Eu sempre digo que de crise em crise, o Enem é o que é hoje. E a gente vê que a gente não queria ter confrontado uma crise como a gente confrontou esse ano lá no Rio Grande do Sul. Ninguém espera que algo como aquilo aconteça, mas com certeza nos preparou para fazer melhor daqui por diante. Então, com certeza, numa próxima edição nós vamos estar mais preparados ainda e vamos poder fazer um CPNU melhor ainda. Essa é a nossa expectativa.
Metrópoles: Coordenador, só para finalizar, o senhor já deu algumas dicas, mas gostaria de pedir que o senhor pudesse dar um recado final aos concurseiros, a todo mundo que está se preparando. Restam por volta de três semanas para a prova, no dia 18 de agosto. Quais são os toques que o senhor poderia dar para os candidatos, as melhores estratégias nesta reta final?
Alexandre Retamal: Bem, a primeira coisa que eu quero dizer a todos é que continuem estudando. Teve muitas pessoas que, depois do adiamento, ficaram meio desestimuladas de estudar. Alguns demoraram para entrar no ritmo de novo. E o que eu quero dizer é continue estudando. É uma oportunidade muito grande, muito importante. São 6.640 vagas e ainda tem a possibilidade de pessoal ser chamado para cadastro de reserva, tem a possibilidade de ser chamado para vagas temporárias. Então, eu acho que vale o esforço. Continue estudando, continue se dedicando.
Além do que, eu já expliquei aqui o que pode, o que não pode trazer no dia da prova e eu destaquei de trazer calma. Então, eu quero de novo falar disso aqui. Procurem manter a calma, procurem chegar lá para fazer o seu melhor, para a gente impedir aquela correria ali, o pessoal chegando para fazer prova, pulando por baixo de portão, aquelas cenas que a gente vê no Enem. Por exemplo, tem muitos, muitos locais de aplicação do concurso que são em universidade. Às vezes são locais distantes, são beira de estrada. A gente fez um trabalho que até você pode dizer aqui, eu posso anunciar aqui: nós pedimos, o DNIT não vai fazer obra, tá? Nós fizemos esse acordo com o DNIT, não vai abrir a obra, a não ser que seja alguma coisa emergencial, em nenhuma estrada do Brasil no dia 18 de agosto. O DNIT aceitou esse nosso pedido para impedir que haja qualquer tipo de interrupção nas estradas federais, nas estradas estaduais, no dia da prova. Porque a gente sabe que vai ter muita gente se deslocando neste final de semana.
Nós também estamos… Conversamos com a Polícia Rodoviária Federal para que não haja interrupções em estradas, as pessoas possam chegar nos locais de prova com segurança. Através do contrário, inclusive, a própria Polícia Rodoviária Federal vai fazer a vigilância em alguns locais de aplicação, cujo acesso é direto através do estado para assegurar que esse acesso possa ser seguro, para que os candidatos possam chegar ali naquele local e não enfrentem filas, não enfrentem engarrafamentos, não passem risco, até porque vão atravessar uma estrada. Então, a gente está trabalhando para que os candidatos cheguem lá com calma, mas depende deles também. Então, procure se preparar e procurem chegar lá no dia com antecedência.
Outra coisa que eu posso dizer para todos é o seguinte, que eu já falei, procure obedecer os fiscais de sala. Não custa nada, gente. Sabe, impedir problema. A gente sabe que um concurso como esse pode exigir o nível de segurança muito alto. O nível de segurança que vocês vão se deparar para chegar, para fazer a prova é mais do que do Enem, é mais. Vocês vão notar isso. É mais do que num concurso público que vocês participam normalmente, mas é porque tem necessidade para isso. Então, procurem atender os fiscais, cheguem lá com paciência, sentem no seus lugares nas salas, onde vocês vão fazer a prova e façam o seu melhor.
Metrópoles: Brigada, coordenador! A gente disse aqui com o coordenador do CNU, o coordenador de logística do CNU, Alexandre Retamal. A gente agradece ao tempo dele e desejamos também boa sorte a todos os candidatos no próximo dia 18. Obrigada!
Alexandre Retamal: Obrigado a todos também! Boa tarde!
Fonte: Metropoles

